REFÚGIO
(Por
Maristela Ormond)
Ouço
um barulho, assim como um lamurio.
Passos
apressados ecoam em direção ao ruído.
Pássaros
assustados cobrem o céu como nuvem.
O
que seria?
Penso
em correr junto à turba, mas qual o quê...
Estagnada,
descubro a atração das pessoas por refúgios, pela sobrevivência.
Descubro
a metamorfose que afasta os predadores.
Escondida
em meu refúgio observo e ouço o motivo de tal alarido.
Meu
coração. Sim, meu coração!
O
refúgio de mim mesma. E pela primeira vez percebo que tenho vida própria.
Não
sou mais aquilo que esperam que eu seja.
Não
espero que ninguém aprove aquilo que desejo e que sou.
Sou
minha própria obra de criação, mestre de minha própria criação.
Meu
refúgio de mim mesma, para a sobrevivência.
Sairei
daqui assim que tudo se acalmar...
Sairei
do casulo. Colorida e transformada...
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