quarta-feira, 11 de novembro de 2015

REFÚGIO

REFÚGIO
(Por Maristela Ormond)


Ouço um barulho, assim como um lamurio.
Passos apressados ecoam em direção ao ruído.
Pássaros assustados cobrem o céu como nuvem.
O que seria?
Penso em correr junto à turba, mas qual o quê...
Estagnada, descubro a atração das pessoas por refúgios, pela sobrevivência.
Descubro a metamorfose que afasta os predadores.
Escondida em meu refúgio observo e ouço o motivo de tal alarido.
Meu coração. Sim, meu coração!
O refúgio de mim mesma. E pela primeira vez percebo que tenho vida própria.
Não sou mais aquilo que esperam que eu seja.
Não espero que ninguém aprove aquilo que desejo e que sou.
Sou minha própria obra de criação, mestre de minha própria criação.
Meu refúgio de mim mesma, para a sobrevivência. 
Sairei daqui assim que tudo se acalmar...
Sairei do casulo. Colorida e transformada...


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