sexta-feira, 25 de abril de 2014

LACUNA

LACUNA
(Por Maristela Ormond)

Preencha-me como a uma
Lacuna de atividade escolar.
Atente para que essa atividade
você não pode errar.
Preencha-me como se estivesse
começando um caderno novo.
Com capricho, com carinho,
E se não ficar bem feito,
Corrijo-te bem baixinho.
Preencha-me de preferência,
Com uma caneta fina,
Com sua letra mais mimosa,
Como sonho de menina.
Nada de corretivo, nada de erros
enganados, distraídos...
Pois as palavras que usará serão fáceis:
Amor, compreensão, carinho.
Dar-te-ei então um dez, com a diferença
de que te farei repetir,
Porque amor, não podemos pedir...




UIVOS PARA A LUA

UIVOS PARA LUA
(Por Maristela Ormond)

Movimentos insanos,
Rodeados do cheiro de relva pisada.
Uivos clementes para a Lua Cheia.
Noite clara, mistérios que
Rondam e enfeitiçam...
Nuvens que correm fazendo
do vento um açoite.
Uma loba se transforma
na penumbra da noite,
Farejando o amor que ensandece
seu corpo.
A pelagem se esvai,
sendo levada ao vento.
Surge a mulher, como um novo anticorpo.
Longos cabelos, sua nudez macia e cálida,
deitada na relva, banhada pela luz da Lua.
Loba mulher, Mulher Loba, aberração?
Quem de nós não se metamorfoseou
um dia, farejando freneticamente
o lobo que que tocará seu coração?



sábado, 19 de abril de 2014

CHUVA MIÚDA

CHUVA MIÚDA
(Por Maristela Ormond)

Chuva miúda que vem,
Esfriar o corpo quente,
Faz da dor muito latente,
O aprendizado do bem.
Chuva miúda que passa
E afasta toda gente,
Mostrando que quando escassa
Mais separa o contingente.
Quanto mais próximos estamos,
Mais aquecemos o peito.
Quanto mais nos afaçamos,
O mundo será perfeito...



REAÇÃO

REAÇÃO
(por Maristela Ormond)

A natureza responde
A todo mal que lhe fizermos,
A natureza não esconde
Sua mágoa se a maldissermos.
A Mãe Natureza é bendita,
Mostra a face mais bonita,
Mas o homem que a habita,
Não reconhece e acredita.
O tempo passa depressa.
Às vezes não o reconhecemos,
São respostas e promessas

Que ainda desconhecemos.

PARTIDA

PARTIDA
(por Maristela Ormond)

Parto pra qualquer lugar,
Para não me lembrar de você.
Parto para não te ver.
Parto para te esquecer.
Parto pode ser dolorido,
Seja qual for o sentido,
Partir é verbo de ação,
Repartir é partir várias vezes,
Para não ouvir o seu não,

Pra não doer no coração.

FRASCO DE AMOR

FRASCO DE AMOR
(por Maristela Ormond)

Encontrei um frasco
Provavelmente de perfume, lindo!
Olhei, analisei e intui que seria algo basco...
Inspirou-me, ali deveria ter tido algo que seria infindo.
Lembrei-me da lâmpada de Aladim
E pensei, seria algo mágico?
Tomei-o como se tivesse sido mandado para mim.
Pegá-lo seria assim tão trágico?
De repente o inusitado aconteceu,
O frasco começou a encher-se de amor.
Ao mesmo tempo, tudo escureceu.
Sem que me desse conta, como um torpor.
Adormeci onde estava,
Tomada de um ímpeto febril,
Sem ter consciência de que falava
Com alguém de uma voz muito sutil...
Ao acordar, foi como um sonho,
Estava nos braços de alguém,
Que me dizia “eu te proponho”,
Encha teu frasco de amor e poesia e nele
Também eu componho...




quarta-feira, 16 de abril de 2014

sábado, 12 de abril de 2014