domingo, 31 de agosto de 2014

Nascida


Nasceste tão linda
Tão cheia de vida
Tão nua e tão pura
Tão bela e querida!
E agora madura
Do amor veio a cura
Ah! Minha Assumida
De doce candura!
Cada volta deste corpo
Deixa o homem louco
Mas a todos há censura
A quem pode tu dás pouco!
És campo, vale, montanha...
Gramado para quem sonha
Na gruta úmida riacho
E flores pra quem apanha!
Minha boca teu rio eu acho
Em tua fenda eu me encaixo
Fujo da besta que me assanha
Entro e saio, sossego o faixo.
Sei que sou teu ordinário
As vezes bem extraordinário
E olho pra sua face risonha
As vezes sou lenha... Outras, orvalho!

Osny Alves 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ambos Chovemos

Estou cansado da vida que levo
Eu sinto que alma já me dói...
E dizem que amor que é cego
Não aguento mais ser esse herói.
A injustiça dos olhos tirou a venda
Foi lhe curada toda cegueira
Não espero que alguém me entenda
Mas minha esperança é derradeira.
A saudade me chamou no peito
Mostrou me arquivos da lembrança
Mas me disse que não há um jeito
De voltar a ser criança.
Nem se o tempo quiser deixar
Pois é contra as leis da natureza
Já que nada se pode mudar
Escolhas feitas em plena certeza.
Bate no peito a tal vontade
Que teima em me perseguir
Mas não, não sou covarde
Qual herói tento resistir...
E até o tempo se entristece
E impede me de me mover...
Meu ser de tristeza adoece
Então começamos a chover.
Osny Alves

terça-feira, 19 de agosto de 2014

BAILARINA


(Por Maristela Ormond)

Bailarina que gira, gira.
Que dança como um belo cisne.
Que interpreta como se sentisse ira,
E suas sapatilhas provocam tisne.

Rodopia e seus olhos lacrimejam,
De emoção, de falar ao coração.
Os que assistem também desejam,
Participar de tamanha paixão.

Pobre bailarina que por vezes risonha,
Dança em busca de um amor.
E com a plateia compartilha e sonha,
Encontra-lo e joga-lhes uma flor.

Essa bailarina que tanto dança,
Não mede esforços para atingir o auge.
Põe em jogo toda sua esperança,
E espera o sorriso mais lindo que a aplaude.

E a plateia inteira se levanta,
Aplaudindo clamorosamente e gritando bravo!
Ela se curva faceira e se encanta,
Quanto alguém sorri e lhe diz: Quero ser seu escravo!


SINCERIDADE

www.mises.org.br

(Por Maristela Ormond)

            Sinceridade dói?
            Uso e abuso dela e posso garantir que dói e como dói... Dói porque cada vez que usamos de uma sinceridade que nos possa parecer verdade absoluta, ficamos com sentimento de termos prejudicado o outro por causa dela e sempre, ou quase sempre, temos um “insight” daquilo que deveria ter sido dito de uma forma ridicularmente atrasada... É aí que você se pune mais ainda e pergunta: “por que é que eu tive que dizer isso, e não isso no lugar?” Mas como não somos profissionais em neurolinguística, nunca imaginamos o que ela causa em nós e nos outros.
            Para algumas pessoas, principalmente aquelas que nos conhecem e compreende, a coisa pode ficar mais amena, pois há uma reflexão em cima do que foi dito, mas para aqueles que ainda não chegaram ao cerne de nosso ser, pode ser deplorável, como deplorável também é você dizer algo a alguém que mal conhece e acabar de vez com a possibilidade de um novo relacionamento ou de uma nova amizade.
            Quantas vezes nos deparamos com situações em que a pessoa está atacadíssima e com baixa autoestima e vem justamente escolher alguém sincero demais para opinar sobre a roupa que está vestindo no momento... E aí há duas opções: ou mentir ou ocultar sua verdadeira opinião para não magoar ainda mais.
            Uma vendedora de roupas e acessórios deve usar de sinceridade com seus clientes?  Ou deve deixar que compre uma peça que não combina com o corpo da pessoa em prol de sua comissão?
            Vender um eletrodoméstico é relativamente subjetivo, mas e vender uma imagem?
            Pois isso já aconteceu diversas vezes comigo e é claro que a segunda opção para um vendedor ou vendedora é a mais viável. Só que, ao chegar em casa, temos também que dar de encontro com a sinceridade daqueles que convivem conosco e ouvir por exemplo um “oh! mãe você não vai vestir isso não é? Não é mais compatível com sua idade...” E aí você pensa: “ E agora? Acabei de dar um fora...” E começa a se sentir ridícula dentro do seu “tubinho preto indefectível”.
            Sinceridade ou não, sendo sincera agora, já não sei mais se é algo que dá levar vantagem, porque de qualquer forma é uma qualidade ou um defeito que causa transtornos e comentários bons ou ruins, e sinceramente, independente de qualquer opinião, o importante é que sejamos nós mesmos e felizes. Você concorda? Sinceramente...




terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Brilho da Lua

Agora pouco vim olhar a lua
Estava branca e linda no céu,
Ela alumiava por toda a rua
A meia quadra se via um chapéu!
A cima um bocado de estrelas
Por todo véu negro salpicadas
Lembrava algumas borboletas
Voando por sobre as estradas!
Fiquei um instante de cá de baixo
Tentando decifrar tal magia
E onde que nisso tudo me encaixo
Nesse desperdício de energia!
Até que a bola branca é bonita
Esse queijo redondo e esburacado!
Ela inspira-nos até na escrita
Em casais casados e enamorado!
De repente bateu-me uns 5 minutos
Essa tal economia deu-me uma paulada
Já que não podemos estar mais juntos
Entrei e deixei a lua desligada!
Osny Alves