sexta-feira, 19 de setembro de 2014

FÊMEA

FÊMEA
(Por Maristela Ormond)

Eu já uivei pra você toda nua.
Já calcei ligas vermelhas e meias também...
Já vesti a camisola que era só tua.
Já dormi em seus braços feito um neném.
Já percorri bosques infindos,
Gritando seu nome e uivando,
Feito uma fêmea com gritos e alaridos,
De um tom quase rouco chamando
Pela ninhada e saltando.
Já parei, desisti várias vezes,
Esperando a resposta que não surgiu,
Já perguntei, procurei, e as rezes,
Responderam que você, ninguém viu.
Já fui à montanha mais alta,
Lá vislumbrei a Lua,
Com visão de todo vale e de sobressalto,
Uma sombra de porte pomposo,
Surge ao lado de outra fêmea
Atravessando o planalto.
Em meu uivo doloroso,
Volto ao meu esconderijo.
Descalço meias e ligas,
E faço da dor regozijo,
Por saber-te forte e belo,
Por saber-te cheio de vigor,
Por saber que agora quero,
Encontrar um novo amor...
Imagem da Web

2 comentários:

  1. Nossa! Casou bem a poesia com a imagem, em seus versos uivando e correndo, fiquei de cá imaginando, entro na história e nos labirintos do teu pensar! Muito Show!
    Parabéns Maristela Ormond!

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  2. Sei lá meu amigo, as vezes dou uma boa viajada viu. Mas como somos animais,me sinto um deles ou pelo menos na pele de uma loba... Obrigada, sempre, sempre! Bj.

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